No
dia 6 de fevereiro (quarta-feira), o Ministério Público do Trabalho (MPT)
apresentou oficialmente ao Senado Federal sua proposta de mudanças à Medida
Provisória 595/12. A MP revogou as principais normas do setor, a Lei dos Portos
(8.630/93) e o Programa Nacional de Dragagem Portuária e Hidroviária (Lei
11.610/07), sob a justificativa de buscar dar uma maior competitividade e
modernidade ao setor.
O
objetivo do MPT é contribuir para a análise da MP pelo Congresso e evitar um
retrocesso na legislação do setor, segundo o coordenador nacional de Trabalho
Portuário e Aquaviário (Conatpa), Maurício Coentro Pais de Melo
Para
o MPT, a MP precisa de correções em temas como a ausência de guarda portuária, a
requisição de mão de obra pelos terminais privativos fora do porto organizado,
a previsão da multifuncionalidade e a questão da renda mínima. “O MPT quer que
sejam implantados princípios e normas que estão nas convenções da Organização
Internacional do Trabalho”, afirma Maurício Coentro.
O
documento foi entregue aos senadores Eduardo Braga (PMDB/AM), provável relator
da MP na comissão mista do Congresso Nacional, e Eduardo Amorim (PSC/CE), em
reunião na sala das lideranças no Senado. Também participaram da reunião o
vice-coordenador da Conatpa, Ângelo Fabiano Farias da Costa, o procurador do
Trabalho Rodrigo Lestrade Pedroso, que integra a comissão de estudos da MP na
Conatpa, o presidente da Associação Nacional dos Procuradores do Trabalho
(ANPT), Carlos Eduardo Azevedo Lima e o subprocurador-geral do Trabalho Ronaldo
Curado Fleury.
Para
o presidente da ANPT, o objetivo é contribuir para que o texto final da MP a
ser aprovado esteja em consonância com o ordenamento jurídico, sem afronta aos
direitos dos trabalhadores. “Os membros do Ministério Público do Trabalho não
defendem, por óbvio, interesses corporativos de quaisquer categorias relacionadas
com o trabalho portuário e aquaviário, até porque não teria razão para assim
atuar. O que defendemos é a observância da legislação, de princípios
constitucionais e, também, de convenções, recomendações e outros atos
normativos internacionais que tratam da matéria dos quais o Estado Brasileiro é
signatário e que não podem, certamente, deixar de ser observados pelo Congresso
Nacional durante a tramitação dessa Medida Provisória”, destacou durante a
reunião.
O
senador ouviu as ponderações dos procuradores e recebeu um documento com
sugestões de emendas à MP. Eduardo Braga afirmou que irá ouvir todos os
seguimentos interessados e ressaltou a relevância de terem os membros do MPT
elencado as sugestões de mudanças no texto que reputam necessárias e
pertinentes, a fim de que a Comissão aprecie-as e analise-as de maneira
detalhada.
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