Com os portos de Salvador e Aratu saturados e o
projeto de criação do Porto Sul, em Ilhéus, a Bahia é o estado com maior
potencial para se beneficiar com a MP dos Portos, que vai privatizar 159
terminais portuários em todo o Brasil, até 2017.
A avaliação foi feita ontem pelo presidente da
Associação dos Usuários de Portos da Bahia (Usuport), Paulo Villa. “É uma
medida inteligente e imprescindível. Merece todo o apoio da sociedade baiana e
da economia regional”, frisou.
O dirigente lembra que a Bahia, apesar de ter o
maior litoral, é o estado que mais se utiliza de portos de outras unidades
federativas, em razão da fraca competitividade dos terminais locais.
Na segunda-feira, o ministro-chefe da Secretaria de
Portos, Leônidas Cristino, anunciou os primeiros lotes a serem licitados. A
primeira vai beneficiar os portos de Santos (SP) e Belém (PA), mas o porto
baiano de Aratu está na lista dos primeiros a serem privatizados. “Há também
uma obra de 130 mil metros quadrados no Porto de Salvador, que é o segundo
terminal de contêineres, com início imediato”, afirmou Villa. Segundo a
Usuport, o terminal de Aratu está com sua capacidade saturada em 16 anos, e o
de Salvador há nove anos.
Paulo Villa comemorou a mudança da responsabilidade
pelo arrendamento, que agora será feita pela Agência Nacional de Transportes
Aquaviários (Antaq). “Em 20 anos da Lei dos Portos (8.630/93), a administração
portuário fez o quê. Na Bahia, apenas o terminal de contêineres de Salvador”,
reclamou.
Em todo o Brasil, a Secretaria de Portos do
pretende atrair R$ 54,2 bilhões em investimentos privados, em licitações
previstas para até 2017 e envolvendo 159 terminais.
A meta principal é a redução do frete, mas Paulo
Villa entende que a medida também vai dinamizar a economia regional. “Os
arrendamentos terão as presenças de empresas estrangeiras, de outros estados e
da Bahia também, que vão poder participar e se desenvolver”, sugere.
O representante dos usuários espera que os
arrendamentos incentivem a concorrência entre os portos e entre terminais de um
mesmo empreendimento. A Usuport reforçou o coro no segmento empresarial pela
aprovação sem mudanças da Medida Provisória 595.
A proposta enfrenta forte resistência dos atuais
trabalhadores dos portos. “Não tem porquê o trabalhador ser contra. Não houve
mudanças em relação à Lei dos Portos”, disparou.
Também na segunda, entidades empresarias
manifestaram apoio à MP em encontro com o ministro Leônidas Cristino e com a
ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann. “Viemos aqui praticamente
implorar ao governo para que não recue, porque essas instituições precisam da
concorrência”, disse a presidenta da Confederação da Agricultura e Pecuária do
Brasil (CNA), Kátia Abreu que também é senadora pelo PSD-GO.
Ontem, o secretário baiano da Indústria Naval e dos
Portos, Carlos Costa, embarcou para Brasília, onde articula com integrantes do
executivo federal e da bancada baiana no Congresso a votação da MP 595.
Fonte:
Tribuna da Bahia (Portos e Navios)
Nenhum comentário:
Postar um comentário