quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

645 emendas à Medida Provisória n. 595

Deputados Federais e Senadores apresentaram 645 emendas à Medida Provisória n. 595, novo marco regulatório do setor portuário. Grande número de propostas demonstra a relevância do tema para a economia do país e a diversidade dos interesses entre os diversos segmentos profissionais e empresariais.
 
É, parece que o novo marco regulatório divulgado pela Presidenta Dilma será objeto de intensos debates no Congresso Nacional.

Ministro Leônidas Cristino designa novos diretores para ANTAQ


O Ministro dos Portos, Leônidas Cristino, designou os dois Diretores que irão fazer parte do colegiado da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq). Para a recomposição imediata de quórum a fim de não prejudicar as deliberações da Diretoria, Cristino indicou interinamente os engenheiros, Fernando José de Pádua Costa Fonseca e Mário Povia, servidores do quadro.

Fonseca é formado desde 1983, em Engenharia Civil, pela Escola de Engenharia do Triângulo Mineiro, Uberaba-MG, com especialização em Engenharia Econômica, Regulação e Concessão de Serviços Públicos e Gestão Ambiental. Servidor da Antaq desde 2005, Fernando Fonseca faz parte do sistema portuário desde 1990.

Mário Povia formou-se em Engenharia Operacional Elétrica pela Faculdade de Tecnologia da Universidade Mackenzie, em 1985, e em Direito pela Universidade Paulista em 2003. Com especialização em Regulação de Serviços Públicos e Pós-Graduação em Direito Processual e Administração de Empresas, o funcionário também faz parte do quadro da empresa há sete anos.

A competência está prevista no Decreto Nº 7.863, de 8 de dezembro de 2012, assinado pela Presidenta da República, Dilma Rousseff, no qual o Ministro dos Portos deverá indicar aos cargos vagos, servidores do quadro efetivo da Agência.
 

Presidenta Dilma Roussef publica novo marco regulatório do setor portuário

No mesmo dia que lançou um pacote de investimentos e medidas para a modernização dos portos, a Presidenta da República publicou a Medida Provisória nº 595, o tão aguardado novo marco regulatório do setor portuário.

 
A norma estabelece regras sobre a exploração direta e indireta, pela União, de portos e instalações portuárias e sobre as atividades desempenhadas pelos operadores portuários, determinando, ao fim, a expressa revogação da Lei nº 8.630/93, a Lei de Modernização dos Portos.
 
Considerando que os portos brasileiros respondem por 95% (noventa e cinco por cento) do fluxo de comércio exterior do país, a pretensão presidencial foi ampliar e modernizar a infraestrutura dos portos através de investimentos do setor privado, estabelecer um modelo mais eficiente de gestão portuária, aumentar a movimentação das cargas e reduzir os custos das operações.

 
Foi mantido o regime de concessão de uso de bem público para as instalações portuárias dentro do porto organizado, formalizado em contratos de concessão e de arrendamento. Adicionalmente, foi estabelecido o regime de autorização para a exploração de instalações portuárias fora do porto organizado.

 
Serão, assim, dois regimes diferentes, um associado a uma infraestrutura pública (concessão e arrendamento) e outro a uma infraestrutura privada (autorização).

 
O regime de exploração dentro do porto organizado tem como condição a participação dos interessados em processo de licitação, no qual poderá ser adotada a modalidade leilão. O critério nesses casos será, dentre outros requisitos, a maior movimentação de carga com a menor tarifa e o prazo de exploração será de 25 anos, prorrogável por no máximo igual período.

 
O novo marco proposto elimina a distinção entre movimentação de carga própria e carga de terceiros como elemento essencial para a exploração das instalações portuárias autorizadas.

 
Além da reforma regulatória proposta, pretendeu-se também organizar o arranjo institucional do setor, mediante a definição de competências claras para a Secretaria de Portos da Presidência da República – SEP e para a ANTAQ.

 
A pretensão presidencial foi determinar que as atividades típicas de agencias reguladoras fossem exercidas pela ANTAQ, centralizando a realização das licitações e processos seletivos, assim como a fiscalização a todos os agentes do setor.

 
Por outro lado, caberá à SEP planejar o setor em conformidade com as políticas e diretrizes de logística integrada, definir as diretrizes para a realização dos procedimentos licitatórios e dos processos seletivos, inclusive para os respectivos editais e instrumentos convocatórios, celebrar os contratos de concessão e de arrendamento e expedir as autorizações e estabelecer as normas, critérios e procedimentos para a pré-qualificação dos operadores portuários.

 
Também foram introduzidas modificações na gestão dos portos e da sua infraestrutura comum, dentre as quais vale destacar a instituição do Programa Nacional de Dragagem II, com um novo modelo de contratação visando o incremento de seus resultados.

 

Governo Federal lança programa de investimentos visando à modernização da infraestrutura portuária e à expansão dos investimentos privados no setor.

Em 6 de dezembro de 2012, o Governo Federal anunciou um conjunto de medidas para incentivar a modernização da infraestrutura e da gestão portuária, a expansão dos investimentos privados no setor, a redução de custos e o aumento da eficiência portuária.
 
A divulgação do pacote foi feito em ato com a presença do Ministro dos Portos, Leônidas Cristino, da Presidenta da República, Dilma Rousseff, e da Ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann. As ações para os portos são decorrentes do Programa de Investimentos em Logística, lançado em agosto para os setores ferroviários e de transporte, com o objetivo de aumentar o ganho de produtividade e a competitividade da área portuária do País.
 
As medidas incluem um novo marco regulatório para os portos brasileiros, a fim de permitir a regulação do serviço de praticagem, a eliminação de barreiras, a abertura de chamadas públicas para Terminais de Uso Privativo (TUPs) e a agilização de processos de arrendamentos e de licenciamentos ambientais.
 
Outras ações estão voltadas para a retomada da capacidade de planejamento portuária, como a reorganização institucional do setor e a integração logística entre modais. A Secretaria de Portos da Presidência da República (SEP) ficará responsável pela centralização do planejamento portuário, além de portos marítimos, fluviais e lacustres. Já o Ministério dos Transportes (MT), com os modais terrestre e hidroviário.
 
Aproximadamente R$ 54,2 bilhões serão aplicados em novos investimentos em arrendamentos e TUPs, sendo R$ 31 bilhões até 2014/2015 e R$ 23,2 bilhões entre 2016/2017. Os portos beneficiados na Região Sudeste são os de Espírito Santo, Rio de Janeiro, Itaguaí e Santos; no Nordeste, Cabedelo, Itaqui, Pecém, Suape, Aratu e Porto Sul/Ilhéus; no Norte, Porto Velho, Santana, Manaus/Itacoatiara, Santarém, Vila do Conde e Belém/Miramar/Outeiro; e no Sul, Porto Alegre Paranaguá/Antonina, São Francisco do Sul, Itajaí, Imbituba e Rio Grande.


 
Ainda estão previstos outros R$ 2,6 bilhões para investimentos em acessos hidroviários, rodoviários, ferroviários e em pátios de regularização de tráfego nos 18 principais portos públicos brasileiros, sendo R$ 1 bilhão, do Ministério dos Transportes. O restante será executado principalmente pelos estados e iniciativa privada. Esses investimentos complementam as ações já contempladas em outros programas governamentais, como o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o Programa de Investimentos em Logística de Concessões e o Programa Federal de Concessão de Rodovias já em curso.

Também participaram da cerimônia os ministros Leônidas Cristino (SEP) e Paulo Sérgio Passos (MT); o presidente da Empresa de Planejamento e Logística (EPL) Bernardo Figueiredo e outras autoridades do governo federal; parlamentares e representantes de associações, sindicatos e federações portuárias, além de empresários do setor.
 
(Fonte: Secretaria dos Portos)

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

1º Congresso Brasileiro de Direito Portuário e Aquaviário

Nos dias 28 e 29/11/2012, foi realizado o 1º Congresso Brasileiro de Direito Portuário e Aquaviário na cidade de Paranaguá-PR, sob a coordenação do Procurador do Trabalho Dr. Gláucio Araújo de Oliveira, da Coordenadoria Nacional do Trabalho Portuário e Aquaviário - CONATPA e do Ministério Público do Trabalho da 9a. Região.

Magistrados, procuradores do trabalho, membros do Ministério do Trabalho e Emprego, advogados, empresários e trabalhadores falaram sobre assuntos variados, tais como licenciamento ambiental, negociação coletiva na área portuária, cenário atual do trabalho portuário, movimentação de cargas nos portos organizados, fiscalização do trabalho, entre outros.
 

Porto de Paranaguá-PR

Ao lado de várias questões técnicas ambientais, fiscais e aduaneiras da movimentação de cargas nos portos, prevaleceram as discussões e as polêmicas referentes aos trabalhadores portuários avulsos: regularidade da mão de obra contratada com vínculo empregatício, proporcionalidade, multifuncionalidade, redução dos postos de trabalho dos TPAs, aplicação da Convenção 137 da OIT, segurança e saúde do trabalho, entre tantos temas.

Do lado patronal, prevaleceu a defesa da contratação com vínculo empregatício. Houve quem criticasse diretamente a mão de obra avulsa, afirmando que ela reflete o atraso, favorece quem não quer trabalhar e impede a meritocracia e o reconhecimento dos bons profissionais. Inclusive, após a palestra de Ronaldo Garcia (Consultor Portuário), foi possível conhecer praticamente todas as lideranças sindicais profissionais do Brasil, tendo em vista as diversas manifestações acaloradas que a sucederam.
 
Do lado dos trabalhadores, muitas reivindicações de postos de trabalho, sobre o argumento que os existentes estão ocupados por trabalhadores de fora do sistema e em condições precárias. A contribuição histórica da mão de obra dos trabalhadores portuários foi lembrada, com muitos discursos de inclusão social e de busca pela capacitação profissional.

O saldo do evento foi bastante positivo. Se não foi possível encontrar pontos de convergência em relação a conceitos fundamentais e a certas perspectivas patronais e profissionais, o importante encontro preencheu uma lacuna nesse mundo particular.

A complexidade e a diversidade das relações portuárias justificam a existência de um fórum permanente para discussão dos principais temas relacionados à área portuária, com amplo estudo dos termos legais e dos entendimentos jurisprudenciais atinentes à matéria, bem como com o compartilhamento de experiências, sempre visando às melhorias do setor.

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Os portos, os principais temas e o blog

Não há dúvidas da importância dos portos para o progresso geral da humanidade. Em um senso de percepção mais próximo, também não se questiona a relevância estratégica dos portos para a emergente economia do Brasil.

São muitos, porém, os obstáculos que até então atrasaram o pleno desenvolvimento do setor. Aliados ao notório déficit estrutural, os ditos "gargalos", decorrente de uma péssima gestão histórica, o que se vê em nosso país são relações difíceis entre os principais atores sociais e econômicos, incerteza regulatória e palpitantes divergências doutrinárias e jurisprudenciais. 

País dominado por ruas e estradas, o Brasil acordou para os portos tarde demais. Por tal razão, muitas teses, muitos debates e muitas propostas de soluções são recentes. O desafio de lidar com os temas da área é grande justamente porque tudo é muito novo. E é bem por isso que esse blog é criado.

A proposta é discutir os principais assuntos relacionados aos portos, sempre sob os enfoques econômico, político e jurídico, principalmente. O propósito é colaborar com o esclarecimento e a atualização dos interessados na área portuária brasileira, assim como fazer a melhor análise das principais questões. A participação de todos é muito bem vinda.