terça-feira, 27 de outubro de 2015

Ministro Helder Barbalho recebe representantes do setor privado, mas empresários temem politização da gestão portuária.

Ministro Helder Barbalho, novo titular da Secretaria dos Portos
Ao receber ontem (26) a Associação de Terminais Portuários Privados (ATP), o ministro Helder Barbalho, da Secretaria de Portos (SEP), garantiu a continuidade das ações que já estão em andamento pela SEP e a análise das demandas do setor. “Entendemos que não podemos falhar no que está planejado e estamos muito entusiasmados com o momento de crescimento e de oportunidade do setor portuário brasileiro”.

A ATP acredita na capacidade dos investimentos portuários privados como a solução para o desenvolvimento do setor. Dessa forma, a desburocratização, a celeridade nos processos de outorga e a redução do tempo de tramitação dos processos administrativos foram os principais temas apresentados ao ministro.

Por sua vez, Barbalho, enfatizou a importância do diálogo e frisou que a ideia não é proporcionar um embate entre o público e o privado, mas, sim, achar a melhor solução para o crescimento e fortalecimento do setor portuário brasileiro.

Empresários temem gestão politizada das companhias docas.

Sem rodeios, ao contrário de antecessores, o novo ministro dos Portos disse, em sua primeira visita a Santos (SP), que haverá mudanças nas equipes que comandam as companhias docas. E adiantou que as alterações continuarão na Secretaria de Portos (SEP). Ele não adiantou nomes.

A manifestação gerou certa apreensão na Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), a maior das sete companhias docas, e na comunidade portuária. O temor é uma possível politização da administração, retomando as indicações eminentemente político-partidárias que a SEP pretendeu combater em seu nascedouro.

Para alguns empresários, a indicação política não é em si ruim - como qualquer estatal, os portos sempre conviveram com elas e, em alguns casos, os apadrinhados fizeram boas gestões. "O problema não é a indicação política, mas a gestão politizada, aí é um desastre. Essa fronteira não pode ser cruzada", diz um operador de terminal.

Outro empresário considera que se não houver como escapar das indicações políticas para as diretorias das docas, o ideal é que elas sejam "puro sangue", do PMDB, para que haja uma coerência na condução dos portos, evitando rachas entre os partidos que travem o sistema.

Atualmente técnicos e políticos convivem no comando da empresa. Três das cinco vagas da diretoria da Codesp são ocupadas por profissionais sem relação política. As outras duas foram recentemente preenchidas por técnicos indicados por um consórcio de deputados do PMDB, PRB, PR e PTB, por indicação do ex-ministro Edinho Araújo (PMDB), antes de sair para dar lugar a Barbalho.

Apesar das pressões da base do PMDB, Araújo resistiu em trocar o comando da Codesp, liderada por Angelino Caputo, que foi assessor da Casa Civil e tem perfil técnico, tendo se aposentado do Banco do Brasil para assumir a Codesp.

Caputo vem fazendo mudanças para profissionalizar e modernizar a estatal, como previsto na nova Lei dos Portos, que ajudou a formular.

"Sempre houve pedidos do partido para indicar outro nome para a Codesp, mas o ministro gostava do perfil técnico do Caputo. Em outras docas ele cedeu, como na do Pará, Rio de Janeiro e Ceará", diz uma fonte próxima a Araúlo.


Fonte: Valor Econômico/SEP

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