Ministro Helder Barbalho, novo titular da Secretaria dos Portos |
Ao receber ontem (26) a Associação de
Terminais Portuários Privados (ATP), o ministro Helder Barbalho, da Secretaria
de Portos (SEP), garantiu a continuidade das ações que já estão em andamento
pela SEP e a análise das demandas do setor. “Entendemos que não podemos falhar no que está planejado e estamos muito
entusiasmados com o momento de crescimento e de oportunidade do setor portuário
brasileiro”.
A ATP acredita na capacidade dos
investimentos portuários privados como a solução para o desenvolvimento do
setor. Dessa forma, a desburocratização, a celeridade nos processos de outorga
e a redução do tempo de tramitação dos processos administrativos foram os
principais temas apresentados ao ministro.
Por sua vez, Barbalho, enfatizou a
importância do diálogo e frisou que a ideia não é proporcionar um embate entre
o público e o privado, mas, sim, achar a melhor solução para o crescimento e
fortalecimento do setor portuário brasileiro.
Empresários
temem gestão politizada das companhias docas.
Sem rodeios, ao contrário de antecessores,
o novo ministro dos Portos disse, em sua primeira visita a Santos (SP), que
haverá mudanças nas equipes que comandam as companhias docas. E adiantou que as
alterações continuarão na Secretaria de Portos (SEP). Ele não adiantou nomes.
A manifestação gerou certa apreensão na
Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), a maior das sete companhias
docas, e na comunidade portuária. O temor é uma possível politização da
administração, retomando as indicações eminentemente político-partidárias que a
SEP pretendeu combater em seu nascedouro.
Para alguns empresários, a indicação
política não é em si ruim - como qualquer estatal, os portos sempre conviveram
com elas e, em alguns casos, os apadrinhados fizeram boas gestões. "O problema não é a indicação política, mas a
gestão politizada, aí é um desastre. Essa fronteira não pode ser cruzada",
diz um operador de terminal.
Outro empresário considera que se não
houver como escapar das indicações políticas para as diretorias das docas, o
ideal é que elas sejam "puro sangue", do PMDB, para que haja uma
coerência na condução dos portos, evitando rachas entre os partidos que travem
o sistema.
Atualmente técnicos e políticos convivem no
comando da empresa. Três das cinco vagas da diretoria da Codesp são ocupadas
por profissionais sem relação política. As outras duas foram recentemente
preenchidas por técnicos indicados por um consórcio de deputados do PMDB, PRB,
PR e PTB, por indicação do ex-ministro Edinho Araújo (PMDB), antes de sair para
dar lugar a Barbalho.
Apesar das pressões da base do PMDB, Araújo
resistiu em trocar o comando da Codesp, liderada por Angelino Caputo, que foi
assessor da Casa Civil e tem perfil técnico, tendo se aposentado do Banco do
Brasil para assumir a Codesp.
Caputo vem fazendo mudanças para
profissionalizar e modernizar a estatal, como previsto na nova Lei dos Portos,
que ajudou a formular.
"Sempre
houve pedidos do partido para indicar outro nome para a Codesp, mas o ministro
gostava do perfil técnico do Caputo. Em outras docas ele cedeu, como na do
Pará, Rio de Janeiro e Ceará", diz uma fonte próxima a Araúlo.
Fonte: Valor Econômico/SEP
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